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Iluminação e ventilação: O guia definitivo

A arquitetura proporciona sentimentos múltiplos aos seus usuários, independente do tempo de permanência e da interatividade deles com a construção. Ao se hospedar em um lugar, além de procurar um local convidativo que proporcione segurança e conforto, os usuários também procuram experiências visuais e  sensoriais diferentes das que costumam sentir em suas residências. Para oferecer estes requisitos aos seus clientes, você pode investir em iluminação e em ventilação de qualidade em todos os espaços do seu negócio. Confere abaixo algumas dicas:

Iluminação natural

Janela aberta com luz natural entrando - Blog Viva de Pousada

Para proporcionar os melhores efeitos visuais possíveis, aposte na iluminação natural aliada a artificial. Durante o dia aproveite ao máximo a luz natural (com cautela para evitar um aquecimento indesejável do ambiente) e durante a noite seja estratégico ao utilizar a luz artificial. Com um equilíbrio entre os dois sistemas você investe na qualidade e ainda economiza na conta de energia elétrica.

A captação eficiente da luz natural é mais complexa, por isso deve ser feita com auxílio de um bom serviço de arquitetura. A incidência dos raios solares na estrutura da edificação causa um aquecimento do material, e nos vidros isto é acrescido com o efeito estufa. Porém, você pode projetar aberturas para o céu (no caso a abóbada) protegidas desta incidência direta, permitindo que o ambiente possua a mesma iluminação sem o calor agregado. Espaços privados (como os quartos) ficam mais confortáveis se receberem a incidência do sol das manhãs ( em climas quentes) ou das tardes (em climas frios), para aproveitar o aquecimento natural do ambiente.

Para decidir a localização das melhores aberturas é necessário entender como funciona o trajeto do sol na sua região (pois é, não basta saber que ele nasce ao leste e se põe ao sul), estudar suas características e descobrir onde fica o norte do seu terreno, para então cruzar as informações e planejar a melhor estratégia. Uma ferramenta muito útil é a carta solar, um gráfico 2D que contém as informações de trajetória, altitude (ângulo entre o sol e o plano horizontal) e azimute (ângulo entre a projeção do sol e o norte) solares ao longo do dia durante o ano. Você não precisa se preocupar em conhecer estes ângulos ou qualquer outro dado mais técnico, mas com a nossa ajuda você pode entender como ela funciona e usar as informações preciosas que ela oferece. Você pode usar o Programa Analysis Sol-Ar ou procurar com cuidado no Google Imagens por “carta solar + nome da sua região/cidade” para obtê-la. Como exemplo, vamos analisar as cidades de Florianópolis (SC) e Belém (PA) para explicar:

Carta Solar de Belém do Pará de dezembro a junho
Belém - de dezembro a junho (VER - OUT)
Carta Solar de Belém do Pará de julho a dezembro
Belém - de junho a dezembro (INV - PRIM)
Carta Solar de Floripa de dezembro a junho
Florianópolis - de dezembro a junho (VER - OUT)
Carta Solar de Floripa de junho a dezembro
Florianópolis - de junho a dezembro (INV - PRIM)

As cores indicam as temperaturas, da vermelha para a azul, representando as mais quentes e as mais frias, respectivamente. Só observando as duas cartas já fica evidente a grande diferença, não é? É exatamente por isso que as propostas arquitetônicas devem ser diferentes, visto que Belém é uma cidade de clima equatorial e Florianópolis, de clima subtropical. Na carta, as linhas verticais em negrito indicam os horários dos dias, e as linhas horizontais em negrito indicam a trajetória do sol ao longo do dia. A existência destas linhas no gráfico é o que prova que não basta saber que o sol nasce no leste e se põe no oeste, pois vemos que no inverno ele está mais baixo do que no verão – e isto faz muita diferença caso você tenha uma abertura voltada para esta exposição ou não.

Quanto as duas cidades, vamos analisar o que devemos cuidar: em Belém as temperaturas são muito mais elevadas durante os dias do que em Florianópolis, portanto as proteções para evitar o aquecimento da edificação serão diferentes; o sol em que podemos aproveitar para adentrar nos ambientes e higienizá-los em Belém está ao leste (sol das manhãs) e dura apenas poucas horas; já em Florianópolis ele varia muito de acordo com a estação, mas também está mais favorecido ao leste. Em Belém qualquer abertura zenital desprotegida irá superaquecer o ambiente, já em Florianópolis irá acontecer isto muito mais durante o verão e outono do que no inverno. Em Belém a insolação é o grande desafio a ser tratado para atingir um conforto; em Florianópolis, é criar um balanço favorável entre o verão e o inverno, permitindo que ele se proteja e resfrie nas estações quentes e se aqueça e não perca calor nas estações frias.

Para você avaliar o que acontece na sua cidade, procure a carta solar dela (ou da localidade mais próxima que você encontrar) e no centro da carta, desenhe a planta baixa do seu negócio, coincidindo o norte da carta com o norte do seu terreno, ou no desenho da sua planta replique diversas cartas solares (também com o norte alinhado ao do terreno) para cada fachada que você quiser avaliar, como exemplificado abaixo:

Carta sola de Floripa agregada a uma construção
Carta solar de Florianópolis agregada às fachadas de uma edificação, dos meses de junho a dezembro à esquerda e dos meses de dezembro a junho à direita

Nesta edificação ilustrativa, fica claro que durante o verão não será bom haver uma entrada de luz direta vinda do oeste, nem de aberturas desprotegidas do sol perto do meio dia, mas será bom caso haja uma entrada de luz direta no inverno vinda do leste, devido às baixas temperaturas. Fazendo isso, você pode ver como funcionará a insolação direta em cada fachada e poderá planejar a construção de uma nova abertura apropriada ou de uma proteção adequada para uma janela já existente. Além das aberturas verticais tradicionais, há muitas opções de sistemas zenitais, como  claraboia, shed, lanternim, cúpula, átrio, tubo solar etc, lembre-se sempre de evitar que os raios solares incidam diretamente nelas para que não ocorra o efeito estufa. É importante que você também avalie a influência das construções vizinhas no seu terreno, pois elas projetam sombras durante o dia todo em várias direções.

Iluminação artificial

Vaso aceso em quarto escuro - Blog Viva de Pousada

Para a adequação visual no período noturno é essencial o uso da iluminação artificial, e ela deve ser estrategicamente planejada para: satisfazer a necessidade visual do recinto (cuidando da quantidade, da proporção e da distribuição), evitar ofuscamento (através do contato direto com o campo de visão das pessoas, do brilho excessivo e de reflexões indesejadas nas superfícies) e gerar sombras harmoniosas (definidas pelas tarefas visuais desempenhadas em cada espaço). Uma boa iluminação artificial cria sensações fantásticas nos ambientes, induzindo seus usuários a novas experiências, por isso deve ser orientada através dos serviços profissionais da arquitetura. Você pode fazer uso dos diversos sistemas de iluminação artificial: o direto, o indireto e o difuso, mesclando-os de acordo com o seu objetivo para o ambiente.

Fonte: ArchDaily

As luzes diretas são boas para a realização de atividades específicas de trabalho, como mesas e bancadas da cozinha ou mesas de leitura ou de escritório. As luzes indiretas já são mais suaves devido ao brilho reduzido pela reflexão gerada, portanto traz um visual mais íntimo e confortável aos olhos. A luz difusa é indicada quando se pretende homogeneizar a iluminação no ambiente, porém deve-se cuidar para não gerar ofuscamentos. Sistemas como cascata de luz e luzes de destaque são apenas variações dos sistemas principais, com o foco da luz sendo outras superfícies, como a parede ou um objeto, e também podem ser usadas para gerar efeitos interessantes nos ambientes, tudo dependerá do seu objetivo. Ambientes privados pedem um sistema mais intimista, com uma luz mais indireta e suave, para que seus usuários não se incomodem com uma claridade excessiva ao percorrerem pelo cômodo durante a noite ou tenham suas sonolências perturbadas por ela, especialmente se forem quartos compartilhados. Atente sempre para a eficiência energéticas das lâmpadas e não exagere no número instalado, pois quantidade é diferente de qualidade luminosa.

Ventilação natural

Cortinas saindo pela janela - Blog Viva de Pousada

Diferente do sol, os ventos não possuem um comportamento padrão e por isso seu estudo torna-se mais trabalhoso, porém não impossível. Mesmo sendo um dos melhores mecanismos para proporcionar o conforto térmico dos ambientes, poucas pessoas conseguem dar a importância devida ao tema. Quando um arquiteto consegue sincronia entre o projeto e a iluminação e a ventilação naturais do terreno, pode ter certeza que você nunca mais terá com o que se preocupar, especialmente financeiramente.

Mas por que ventilar naturalmente se hoje tem tanta tecnologia? Bom, antes de qualquer argumento: por ser gratuita e natural. Além disso, ela possibilita a renovação do ar do ambiente (sim, os mais velhos estão certos quando mandam abrir as janelas para trocar o ar velho por um novo) e o seu resfriamento físico, somados ao fator psicofisiológico (pois é, nosso corpo e mente reagem a este estímulo da natureza muito melhor do que aos proporcionados por alguns aparelhos). Isso não significa que você não possa utilizar a tecnologia a seu favor, muito pelo contrário, você deve, desde que seja estratégico e coerente de acordo com a real necessidade do seu uso. O seu foco deve ser garantir o conforto térmico aos seus clientes, de preferência de forma natural, objetiva e sem gastos desnecessários, certo? Pois bem, vamos lhe ajudar.

Para a ventilação natural funcionar no seu negócio, seja ele um hotel, hostel, albergue, pousada ou casa de praia, ela precisa se deslocar livremente pelos ambientes, sem obstáculos como as paredes, portanto um ambiente com duas aberturas estratégicas possui uma ventilação melhor do que um com apenas uma, devido a ventilação cruzada. O tamanho e o tipo de abertura das janelas influencia bastante na ventilação, portanto planeje o quanto você quer ventilar o ambiente para definir qual o tipo de janela irá usar. As aberturas das portas também auxiliam neste percurso do vento, porém como nem sempre você vai deixá-la aberta, ela se torna um caminho alternativo e não o principal. É importante também proteger as aberturas da insolação para evitar o aquecimento do ambiente para que a eficiência da ventilação não seja reduzida. Você também pode optar pela estratégia de resfriamento evaporativo ao colocar espelhos d’água ou outra fonte de água, como lagos ou piscinas, na direção dos principais ventos, agregando umidade a eles.

Caso haja algum vento muito forte em alguma direção, você pode optar por criar barreiras estratégicas e propositais para diminuir essa velocidade e ainda assim aproveitar a ventilação, como brises, vegetação ou elementos vazados (cobogós, chapas perfuradas, muxarabis, entre outros). Pode-se criar barreira também pela altura das aberturas, e com isso ainda auxiliar na expulsão de um tipo de ar e na permanência de outro. Por exemplo: se você criar um ambiente com o pé direito duplo, pode ter uma abertura mais baixa em uma direção e outra abertura, só que mais alta, na direção oposta ou adjacente, possibilitando a permanência do ar no ambiente e a saída do ar que estiver mais alto que é um ar mais quente.

Você pode estudar os ventos da sua região pelo site WindFinder, digitando a sua cidade e analisando todos os dados e os desenhos interativos dos ventos para ter uma ideia geral de como ele se comporta no seu terreno ou na proximidade dele ou utilizando o programa Sol-Ar* e vendo a carta solar da sua região.

Ventilação artificial

Sala verdade cheia de ventiladores com um velhinho no sofá - Blog Viva de Pousada

Nem em todas as regiões pode-se utilizar apenas os sistemas naturais para permanecer em uma zona de conforto térmico, especialmente devido às grandes interferências da organização do conjunto urbano. Portanto,  quando for necessário opte pelo acréscimo (e não o uso unitário) de um sistema de ventilação artificial no seu negócio, de maneira planejada e não compulsória.

Dentre eles se encaixam os ventiladores, ar condicionados, exaustores e outros. Porém o foco principal será nos ventiladores e ar condicionados. Entre estes dois, os ventiladores são melhores e mais econômicos, trabalham facilitando a evapotranspiração do usuário sem alterar a temperatura do ambiente, são de fácil instalação, manuseio e manutenção. Pode-se optar pela versão móvel ou fixo de parede ou teto, cuidando para a altura mínima e segura neste último. Já os ares condicionados alteram a temperatura interna do ambiente, a umidade, pureza e distribuição do ar e devem ser fixos na parte superior da parede para resfriar o ambiente ou na parte inferior para aquecê-lo, visto que o ar quente sobe e o frio, desce. Não são tão econômicos quanto os ventiladores e são visualmente feios incômodos devido à unidade externa e suas mangueira e fio geralmente aparentes.

Prédio simples com muitas janelas e ar condicionados - Blog Viva de Pousada

Para auxiliar no tipo de intervenção necessária para alcançar o conforto na sua região, você pode utilizar a carta bioclimática de Givoni. Ela é uma ferramenta gráfica que cruza informações de temperatura e umidade relativa, delimitando zonas bioclimáticas de: zona de aquecimento artificial; aquecimento solar; massa térmica para aquecimento; conforto térmico (baixa umidade); conforto térmico pleno; desumidificação (renovação de ar); resfriamento evaporativo; massa térmica de refrigeração; ventilação; refrigeração artificial; umidificação do ar. Você pode tentar encontrá-la pronta na internet procurando por “carta bioclimática + nome da sua região” ou baixar os dados climáticos da sua região no formato de arquivo CSV e inserir no Programa Analysis Bio para gerar o gráfico. Como exemplo estudaremos a cidade de Florianópolis novamente:

Carta Bioclimatica Florianopolis - Blog Viva de Pousada
Zona bioclimática de Florianópolis, retirada do LabEEE/UFSC

Na imagem, os pontos vermelhos são os dados climáticos da região ao longo do ano, quanto mais próximos, mais forte a cor fica, indicando a predominância do clima. Como pode-se perceber, em grande parte do ano a cidade fica nas zonas 1 (conforto), 2 (ventilação) e 7 (alta inércia térmica p/aquecimento solar). Mas também passa pelas zonas 5 (ar condicionado), 8 (aquecimento solar passivo), 9 (aquecimento artificial) e 11 (ventilação/alta inércia térmica/resfriamento evaporativo). Mas o que tudo isso quer dizer? Quer dizer que a cidade em grande parte do ano permanece numa zona de conforto, necessitando apenas agregar mais ventilação natural durante as estações quentes e mais inércia térmica (neste caso, criar resistência para evitar a perda rápida do calor), e em alguns casos, caso não consiga diminuir estas temperaturas internamente, fazer uso de sistemas artificiais quando necessário (ar condicionado no verão e aquecimento natural ou artificial no inverno). A carta não é uma regra, mas sim uma orientação acerca dos problemas que o clima da região pode enfrentar caso nada seja modificado ou amenizado.

Com estas dicas esperamos que você se torne mais capaz de proporcionar ambientes agradáveis para seus clientes e sem gastar muito, aliando tecnologia e os benefícios da natureza.

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