Foi um ano emocionante para nós, pousadeiros e pousadeiras! Talvez nossa área não tenha sido mais afetada do que a de eventos, mas podemos pensar em uma medalha de prata como nicho mais prejudicado pelo coronavírus. Será?
Bom, não há como saber e nem porquê se comparar. A maioria dos negócios foi muito prejudicado e tudo que podemos fazer é pensar no futuro. Você é empreendedor também? Sofreu na pandemia como a gente? Seu negócio sobreviveu?
Pode ser uma excelente notícia!
É irritante ficar ouvindo os otimistas falarem que toda crise é uma oportunidade. Eu também acho! Aqui na Equipe ViP não somos otimistas, tanto que o Blog ficou parado durante toda a pandemia, afinal, todos tínhamos:
Boletos
Folhas de pagamento
Manutenção
Credores
Fornecedores
Empréstimos
Financiamentos
IPTU
Aluguel
Muitos amigos encerraram suas atividades.
No mundo real, as frases motivacionais nem sempre são suficientes para sabermos qual atitude tomar, ou pelo menos tomarmos alguma atitude. As frases podem ser verdadeiras, geralmente o são, mas o fator humano não pode ser definido em um conjunto de palavras de qualquer dicionário.
E é isso mesmo, empreender é uma grande jornada onde temos que lidar com o fator humano o tempo todo, inclusive o mais difícil de todos eles – nós mesmos.
Você que tem uma pousada e está me acompanhando neste texto, certamente entende exatamente do que estou falando. Você que almeja ter um negócio (acredito que a maioria dos leitores do nosso Blog), talvez esteja em um dos momentos mais oportunos para começar!
Lembre que eu disse que estar aqui agora pode ser uma excelente notícia?
Para você entender, vou contar uma história. Há alguns anos, eu estava na faculdade e uma amiga me contou sobre o caso de uma menina de 14 anos que era investidora na bolsa de valores e já acumulara 30 mil reais em ganhos. A minha amiga havia lido a reportagem em uma revista, o ano era 2007 e ainda comprávamos revistas para nos informar.
Eu fiquei abismado com a história. Como uma criança de 14 anos poderia acumular esse dinheiro todo enquanto eu, um estudante universitário, estava vendendo o almoço para poder pagar a janta? Eu precisava conhecer esse negócio de bolsa de valores!
Comprei um livro sobre o assunto e li tudo em horas. Não parecia ser algo tão difícil assim, reli algumas vezes e tentava acompanhar as notícias sempre que podia, mesmo entendendo muito pouco do que lia ou assistia nos noticiários.
Em 2008 veio a crise imobiliária nos Estados Unidos, que derrubou as bolsas mundiais. No Brasil a queda foi brutal, nossas empresas perderam uma média de mais de 50% dos valores de mercado em poucas semanas. Mas como pode? Eu procurava tentar entender, mas era muito difícil compreender o que estava acontecendo, os jornais eram muito confusos e cheios de termos técnicos. Meu maior meio de aprendizado eram as comunidades do Orkut, onde não haviam jornalistas, mas pessoas comuns que sabiam do que falavam e cada tópico daquele rendia milhares de comentários.
No início de 2009 a crise ainda era forte e os jornais diziam que ações eram o pior investimento do momento, mas eu já tinha guardado um dinheirinho e me sentia preparado para comprar meus primeiros papéis.
Se você investe em ações e viveu esse momento, sabe como este ano foi excepcional. Eu fiquei mal acostumado, porque praticamente qualquer ação que comprava valorizava, era uma farra. Foi a época de ouro das empresas do grupo X por exemplo, de Eike Batista, que chegavam a ver seus papéis dobrarem de preço em 24 horas.
Lembra da menina de 14 anos que havia feito 30 mil e era notícia em 2007? Não soube dela, os jornais pararam de fazer esse tipo de reportagem, afinal, a economia quebrou meses depois.
Você conseguiu perceber uma coisa engraçada nessa história que contei? É movimento estranho, mas muito comum. Quando todos começam a falar sobre algo, e até uma menina de 14 anos fica rica investindo em ações, há uma grande possibilidade de aquilo estar sendo supervalorizado. Se eu tivesse comprado nessa época teria perdido muito, mesmo fazendo o que todas as revistas especializadas recomendavam. Em contrapartida, 2009 um amigo me enviou um e-mail onde havia um link de uma reportagem sobre como a bolsa era o pior investimento do momento, ele sabia que eu iria começar a investir e estava tirando um sarro de mim no e-mail. Foi a época que comprei minhas primeiras ações e só vi meu dinheiro crescer na tela do computador.
Por que estou contando essa história?
Porque investir agora não deve ser uma recomendação de qualquer revista especializada ou de qualquer familiar palpiteiro. Por outro lado, os super otimistas dirão que toda crise é uma oportunidade. Não temos como saber quem está certo, mas há alguns fatos que podem nos ajudar a tomar decisões.
Por exemplo, seremos um dos últimos a sair da pandemia. Alguns países já estão deixando de obrigar o uso de máscaras, outros abriram suas fronteiras, liberaram eventos. O Brasil caminha manco e às vezes rasteja.
É um problema sério, mas não adianta ficar bravo e sair culpando o político X e Y, ou a ONU, a China, a OMS, independente de sua posição, não será ela que irá pagar seus boletos.
O fato de podermos observar os países que saíram na frente é uma forma também de nos prepararmos para quando chegarmos lá. Uma hora vamos chegar! E quando a pandemia acabar no nosso país, será que a economia irá voltar imediatamente? Qual setor será mais beneficiado? Eu e você não sabemos a resposta, mas podemos prever avaliando como foi a situação nos outros países. Aqui tende a ser igual.
É muito ruim termos tantos atrasos no nosso lindo país, mas como não há o que fazer, pelo menos observe como as nações que saíram na frente, existe uma grande chance de você estar olhando para o futuro do Brasil e isso lhe dará uma vantagem competitiva para saber como investir.
Particularmente, eu acredito que o momento é excelente. É muito triste ter visto tantos colegas encerrando suas atividades, principalmente os que não eram donos dos imóveis onde ficavam suas pousadas e hostels, mas aqueles que conseguiram permanecer encontrarão um pós crise com muito menos concorrência. Aqueles que entrarem no mercado de hospedagem agora também têm mais chances de ganhar resultado, pois há uma demanda reprimida gigante por viagens. Demanda reprimida é quando muitas pessoas desejam por algo que não podem ter, estratégia por exemplo utilizada por lançadores do marketing digital ou por empresas como a Apple, quando ela avisa sobre um novo produto e deixa milhões de fãs ansiosos para a abertura das vendas. Esse tipo de demanda tende a gerar uma quantidade assustadora de vendas em um curto prazo.
Algo parecido pode acontecer no meio de hospedagem. Eu pelo menos acredito nisso.
Essa é uma análise bem pessoal e também bastante genérica, baseada em experiências pessoas e unicamente nisso. Fiz ela para dar uma abertura à volta do nosso Blog, depois de tantos meses que tivemos de parar para lidar com nossos boletos. Os boletos continuam vindo, mas agora já aprendemos melhor como lidar com eles nesse novo normal.
Estamos de volta ao Blog, com muito mais experiência e muito mais aprendizado para repassar à comunidade hoteleira. Esperamos que gostem!
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